A proposta da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de retirar do mercado os medicamentos inibidores de apetite foi bastante combatida ontem, em audiência pública promovida pelas comissões de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) e de Assuntos Sociais (CAS). Apesar da falta de consenso, a maioria apontou como alternativa o maior controle sobre o uso da sibutramina e da anfetamina e seus derivados, remédios usados para emagrecer e controlar o peso.
O presidente da Anvisa, Dirceu Barbano, explicou que não se trata de ser a favor ou contra a retirada, mas, sim, de garantir à sociedade segurança e eficácia no uso de medicamentos para combater a obesidade, "um dos maiores problemas da sociedade moderna".
Segundo explicou, a própria multinacional Abott, fabricante da sibutramina, retirou dos Estados Unidos o seu produto e aconselhou o Brasil a fazer o mesmo, depois da realização de pesquisas que comprovaram o perigo do medicamento.
No Brasil, de acordo com Barbano, nenhuma pesquisa conseguiu comprovar a eficiência dos inibidores para garantir a sua permanência no mercado.
— Ou vamos deixar esses produtos no mercado com a garantia de que são seguros e eficazes ou não podemos permitir que permaneçam — assinalou o presidente da Anvisa.
Para o representante da Sociedade Brasileira de Cardiologia, Geniberto Paiva Campos, a Anvisa tem o dever de analisar e determinar que drogas devem ou não ser usadas. Ele sugeriu que a responsabilidade na decisão de se proibir ou não os inibidores seja dividida entre todos os segmentos envolvidos, na direção de se formular políticas públicas claras que garantam a saúde pública.
Fonte: Jornal do Senado
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