O presidente da Associação das Empresas de Saneamento Básico Estaduais (Aesb), Walder Suriane, disse nesta segunda-feira, 6, que os serviços de saneamento básico são mais precários nos estados do Norte e Nordeste porque a população tem menor capacidade de pagamento. "Isso se reflete na qualidade da prestação de serviço”, acrescentou.
Em entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional, Suriane afirmou que, nos estados e municípios com maior poder econômico, geralmente o serviço de saneamento é melhor. “Exemplo disso é Brasília que se encontra em uma situação privilegiada, pois 99% da população têm abastecimento de água, e a cobertura da rede de saneamento básico é 93%”, completou.
De acordo com o presidente da Aesb, o que impede maiores investimentos por parte das companhias na prestação de serviço e qualidade na gestão de saneamento é a alta carga tributária que recai sobre as empresas. “De 2003 a 2010, a carga tributária praticamente dobrou, com a alteração do PIS/Cofins. O governo arrecada das companhias, atualmente, cerca de R$ 2 bilhões por ano. O valor é significativo e poderia ser investido na qualidade do serviço”, explicou.
Para Suriane, houve descontinuidade de investimentos no setor, que devem ser feitos em longo prazo. Para isso, é necessária a aplicação de recursos que já existem. "Os R$ 2 bilhões arrecadados anualmente são maiores que o valor orçamentário que o governo federal investe na prestação de serviço”, afirmou.
Outra explicação para a diferença da prestação de serviços de saneamento entre os estados é o valor baixo das tarifas cobradas pelas companhias em determinados locais, o que inibe investimentos em qualidade. Walder Suriane defendeu a melhoria de gestão de saneamento que inclui eficiência energética, redução de perda de água e qualidade na prestação de serviço, de modo a beneficiar toda a sociedade.
Agência Brasil
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