Passeata no Rio celebra início do julgamento
Movimento 31 de Julho contra a Corrupção e a Impunidade organizou o ato para chamar a atenção para o caso
Rio de Janeiro. O início do julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em 2 de agosto, já começa a mobilizar a sociedade civil. Cerca de 60 pessoas marcharam pela orla da Zona Sul carioca na manhã de ontem pedindo o fim da impunidade no País.
Um bolo de três andares e com 11 bonequinhos representando os ministros do STF foi cortado em comemoração ao início do julgamento FOTO: AGÊNCIA O GLOBO
Um bolo de três andares e com 11 bonequinhos representando os ministros do STF foi cortado em comemoração ao início do julgamento. "Queremos apoiar o Poder Judiciário. Já é uma vitória o início do julgamento. Não cabe a nós julgar. O que defendemos é que os juízes o façam com isenção e que os réus do caso sejam tratados com justiça", disse Ana Luiza Archer, coordenadora do Movimento 31 de Julho contra a Corrupção e a Impunidade.
Do Leblon a Ipanema, os manifestantes levaram faixas com frases como "O País precisa virar essa página com justiça e coragem. Boa sorte" e "Cumpra seu papel STF". Os ativistas questionavam, por exemplo, a origem de recursos para a contratação de advogados com honorários milionários pelos réus do mensalão.
Criado há um ano, o Movimento 31 de Julho fez parte do mutirão que reuniu grupos contra a corrupção em todo o País no início do ano. Juntos eles reuniram 37 mil assinaturas em um abaixo-assinado pedindo a celeridade na apreciação do processo e entregue aos juízes do STF em 30 de maio. O Movimento acompanhará o julgamento pelo blog "De Olho no Mensalão", onde serão publicados comentários e opiniões sobre o processo que envolve acusados de criar um esquema de compra de votos no Congresso Nacional, pagando mesadas a parlamentares.
Recesso
Mesmo com direito a 30 dias de recesso durante julho, vários dos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal usaram o tempo livre para trabalhar no processo do mensalão, que começa a ser julgado na quinta-feira (2).
A expectativa gerada em torno do caso obrigou os magistrados a alterarem suas rotinas para mergulhar nas 50.389 páginas da ação que decidirá sobre a culpa ou inocência de 38 réus suspeitos de envolvimento no suposto esquema de compra de votos parlamentares no início do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Em um ano em que a mais alta Corte do país analisou pautas polêmicas, como a validade da Lei da Ficha Limpa e a legalidade do sistema de cotas, cada um dos ministros do STF traçou cronogramas próprios para conseguir esmiuçar o imenso volume de provas, relatórios e alegações produzidos ao longo de sete anos de investigações.
Fonte: DN