13/06/2012 20:04
Aprovado texto principal do Plano Nacional de Educação
Alexandra Martins
Vanhoni: com 8% de investimento direto é possível consolidar um novo patamar da educação.
A Comissão Especial do Plano Nacional de Educação (PNE - PL 8035/10, do Executivo) aprovou nesta quarta-feira (13), em caráter conclusivo, o texto-base do relatório do deputado Angelo Vanhoni (PT-PR), com a previsão de que 8% do PIB
sejam investidos diretamente em ensino nos próximos dez anos. Com
exceção do Psol e do PDT, os demais partidos votaram a favor do parecer.
Os destaques deverão ser analisados no dia 26 de junho.
Antes da reunião de hoje, o relator aumentou a meta de investimento
direto no setor em meio ponto percentual – a versão anterior do texto
estabelecia o índice de 7,5% do PIB. A mudança, no entanto, não
convenceu o deputado Ivan Valente (Psol-SP), que é autor de um destaque
que fixa o percentual de 10% do PIB a ser aplicado em educação. "Esse
aumento pequenininho [dado pelo relator] não viabiliza uma melhoria real
da qualidade da educação", declarou.
Vanhoni, por sua vez, argumentou que o meio ponto percentual vai
representar um aporte de R$ 23 bilhões em uma década, o que poderá
garantir, por exemplo, o ensino em tempo integral a 35 milhões de alunos
da educação básica. "A nação pode ficar tranquila, pois, com 8% de
investimento direto do PIB, vamos consolidar um novo patamar da educação
e da construção do conhecimento no Brasil", declarou.
Alexandra Martins
Ivan Valente: o índice previsto no relatório não viabiliza um aumento real da qualidade do ensino.
O projeto ainda poderá ser analisado pelo Plenário da Câmara, caso
haja recurso contra a decisão da comissão. Deputados do governo e da
oposição já sinalizaram, anteriormente, essa possibilidade.
Debate
Durante a votação do relatório, a deputada Alice Portugal (PCdoB-BA)
ressaltou que sua legenda votou a favor do texto, mas que a comissão
deve ter uma posição mais firme em relação ao financiamento da educação
pública.
Também favoráveis ao parecer, os deputados Espiridião Amim (PP-SC) e
Professora Dorinha Seabra Rezende (DEM-TO) fizeram a ressalva de que
defenderão, nos destaques, a aprovação dos 10% do PIB a serem investidos
em ensino. O deputado Rogério Marinho (PSDB-RN) foi outro a votar a
favor, mas fez questão de ressaltar que ainda “quer discutir as
ressalvas”.
Contrário ao relatório, o deputado Paulo Rubem Santiago (PDT-PE)
afirmou que a proposta apresentada é uma manipulação grosseira por parte
do governo, pois, segundo ele, os recursos do pré-sal serão aplicados
em ativos no exterior, ou seja, não estarão disponíveis para
investimentos em programas socioeducativos. O texto aprovado prevê que
metade das verbas provenientes do pré-sal, inclusive os royalties, serão aplicados em educação pública.
Íntegra da proposta:
Reportagem – Karla Alessandra/Rádio Câmara
Edição – Marcelo Oliveira
Edição – Marcelo Oliveira
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