terça-feira, 12 de junho de 2012

PGR tem provas contra Agnelo

Governo

12.06.2012

 Hoje, será a vez da CPI do Cachoeira ouvir o depoimento do governador de Goiás, Marconi Perillo
Brasília. O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, recebeu os documentos com as provas obtidas na Operação Panaceia, da Polícia Civil de Minas, relacionadas com o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT).


 

Rafael Barbosa, atual secretário de Saúde do DF, negou qualquer envolvimento com grupo farmacêutico acusado de fraudes 
FOTO: AGÊNCIA BRASIL

A operação apurou indícios de envolvimento de assessores de Agnelo com um grupo farmacêutico acusado de fraudes, formação de cartel e sonegação fiscal. O petista era diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) na época. O empresário Renato Alves da Silva, sócio da Hipolabor, tentou agilizar processos de interesse da empresa junto ao diretoradjunto de Agnelo na Anvisa, Rafael de Aguiar Barbosa, hoje secretário de Saúde do governo do petista.

Escutas telefônicas feitas pela Polícia mostram que Silva pediu a interferência do lobista Francisco Borges, ex-assessor de Agnelo na Câmara dos Deputados, para pressionar Barbosa. O deputado federal Fábio Ramalho (PV-MG) também foi acionado pelo grupo para marcar audiências na Anvisa. Gurgel já está analisando os documentos e poderá pedir abertura de inquérito ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) se avaliar que as provas são contundentes.

O procurador solicitou em 24 de abril o compartilhamento das provas obtidas pela Polícia Civil, o Ministério Público e a Receita Estadual de Minas. Isso porque o governador tem foro privilegiado e não poderia ser investigado em Minas.

Em nota divulgado ontem à tarde, Barbosa afirmou que não autorizou ninguém a usar o seu nome em conversas de qualquer natureza. "Respondo por tudo o que faço e por tudo o que falo. Mas não tenho controle nem responsabilidade pelo que terceiros falam ao telefone", disse.

O deputado Ramalho confirmou que agendou audiências para a Hipolabor e mais "duas ou três" empresas mineiras na Anvisa. "É uma empresa mineira e emprega muitos mineiros. Como representante de Minas, tenho que encaminhar esses pedidos. Faço tudo dentro da lei". Questionado sobre o pedido que fez à Anvisa, afirmou: "Pedi para tratarem o processo com mais brevidade, para não atrasar a industrialização dos medicamentos. Marquei audiências e estive em algumas delas".

O deputado disse que nunca esteve com Agnelo na Anvisa e acrescentou que já era amigo de Silva antes de ser deputado.

Depoimento

Agnelo presta depoimento na CPI do Cachoeira amanhã sobre suposta ligação de seu ex-chefe de gabinete e pessoas do grupo do bicheiro Carlinhos Cachoeira, as provas devem ser o mote do interrogatório.

Hoje, será a vez do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), ser ouvido pelos parlamentares da CPI. Segundo o vice-presidente da comissão, Paulo Teixeira (PT-SP), o tucano deverá enfrentar um depoimento "pedreira".

Embora o PSDB tenha proposto um pacto de não agressão aos petistas e peemedebistas em troca da blindagem de Perillo, Teixeira duvidou que a ideia seja aprovada.

Pesou contra o governador a declaração de que espera uma atitude de estadista do ex-presidente Lula. Perillo disse ter a expectativa de que o petista não guarde contra ele ressentimentos da época do mensalão.

O líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR), afirmou ontem que o depoimento de Perillo servirá para "encerrar um capítulo repetitivo" da CPI. Para ele, as denúncias relativas à venda da casa do governador de Goiás servem para desviar o foco das investigações da comissão.

Fonte: DN

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