CAE pode aprovar 'malha fina' para políticos com mandato
Da Redação
Está na pauta da
Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) para reunião na terça-feira (25)
projeto que prevê a inclusão automática de políticos com mandato
conquistado nas urnas na chamada "malha fina" da Receita Federal. Esse
regime de análise das declarações é mais rigoroso que o geral, adotado
para a maioria dos contribuintes. O projeto (PLS 99/2009) do senador Cristovam Buarque (PDT-DF) será analisado em decisão terminativa.
Para Cristovam, o regime especial de fiscalização deve ser aplicado
aos políticos porque eles estão investidos da função de administrador de
bens coletivos e dispõem de poderes que, na ausência de controles,
podem ser usados indevidamente. Na "malha fina", conforme observou, a
confrontação regular da variação patrimonial das declarações com o nível
de renda pode evitar irregularidades praticadas que muitas vezes só são
descobertas muito tempo depois dos atos de improbidade.
O voto do relator, senador Eduardo Suplicy (PT-SP), é favorável ao
texto, em desacordo com o parecer da Comissão de Constituição, Justiça e
Cidadania (CCJ). Nesse colegiado, o relator, senador Francisco
Dornelles (PP-RJ), considerou a proposta inconstitucional por reservar
aos "agentes públicos" tratamento desigual em relação aos demais
contribuintes. Ele lembra que é proibida qualquer distinção entre
contribuintes em razão da ocupação profissional ou função exercida. A
maioria seguiu Dornelles e rejeitou a matéria.
Ainda de acordo com Dornelles, a proposta estabelece a presunção de que os agentes públicos são suspeitos, mesmo antes da apuração de irregularidades em sua situação patrimonial. Suplicy discorda e diz que o texto não adota o princípio de que todo ocupante de mandato eletivo seja um infrator em potencial, mas a ideia de que todo cidadão detentor de altas responsabilidades, no papel de agente político, deve se submeter a rigores maiores de fiscalização que os demais.
A comissão também deve votar projeto que eleva a idade dos
dependentes para fins de abatimento no Imposto de Renda e proposições
que tratam das normas sobre alimentos, para regular, por exemplo, o teor
máximo de sódio, de gorduras e de açúcares nesses produtos. Na pauta
também estão autorizações para operações de crédito externo e para a
renegociação de dívidas de outros países com o Brasil.
Fonte: Senado Federal
Ainda de acordo com Dornelles, a proposta estabelece a presunção de que os agentes públicos são suspeitos, mesmo antes da apuração de irregularidades em sua situação patrimonial. Suplicy discorda e diz que o texto não adota o princípio de que todo ocupante de mandato eletivo seja um infrator em potencial, mas a ideia de que todo cidadão detentor de altas responsabilidades, no papel de agente político, deve se submeter a rigores maiores de fiscalização que os demais.
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Fonte: Senado Federal