91% dos estudantes do Ensino Médio não sabem matemática
07.03.2013
Relatório anual do Movimento Todos pela Educação avaliou diretrizes e metas escolares de 2011
A matemática é o ponto mais fraco de alunos concludentes do 3º ano do Ensino Médio, no Ceará: 91% deles estão "enrolados" nos cálculos, terminando os estudos sem conhecimento adequado nessa matéria. A denúncia foi feita, ontem, no relatório "De Olho nas Metas 2012," do movimento Todos pela Educação. Entretanto, não é só nas contas que eles estariam com notas ruins. Em Português, 756% não compreendem o conteúdo de modo satisfatório. Para especialistas, a situação é grave, mas novos modelos de acesso ao vestibular e mais estímulos podem mudar a realidade e aumentar as médias.
O
documento faz soar o alerta vermelho na educação pública, aponta várias
fragilidades, principalmente com alunos do Ensino Médio. No ranking de
desempenho nacional, o Ceará (9%) está na 10ª posição com relação à
apropriação do conteúdo de matemática e em 13ª posição nacional (24%) em
português, valores bem abaixo das médias do país; 10,3% para Língua
Portuguesa e 29,2% para os cálculos.
E a discrepância é maior quando se compara com a rede privada, por exemplo. Se os alunos da rede pública do Ensino Médio, do Ceará, estão com apenas 17% de conhecimento em línguas, no total, esse valor de aproveitamento cresce sete pontos percentuais, ficando em 24%. Em matemática, a diferença é de 18 pontos; 2,9% de aprendizagem na pública e 9% no estudo privado.
Para a professora de matemática da rede pública Nahiana Araújo, essa realidade se deve a um conjunto de fatores que vão desde o desestímulo dos alunos, falta de estrutura para dar aula, salas lotadas, ausência de merenda escolar, de ambiente adequado para tarefas em casa e escola.
"Nos já temos muitas dificuldades com alunos do Ensino Fundamental II porque eles vêm com uma deficiência gravíssima em matemática. Isso vai piorando até chegar no Médio. Muitos são os alunos que mal sabem somar, nem multiplicar, muito menos dividir. Isso gera deficiências severas. Mas, cada pequena vitória também é comemorada por todo mundo", detalha.
Se a escola ainda parece ruim, pior é ver que a universalização ainda não foi alcançada. No Ceará, 148.038 alunos ainda estão fora das salas de aula, um total de 6,7% da população cearense.
A meta era ter, para 2011, 94,8% de atendimentos; Ceará está devendo 1,5 ponto percentual. Essa exclusão só cresce, por exemplo, na faixa etária de 15 a 17 anos; 18,2 estariam, segundo o relatório, fora das escolas.
Analisando o Ensino Fundamental (EF), a pesquisa aponta um dado positivo: em Língua Portuguesa, por exemplo, Amazonas e Ceará foram destaque por serem os dois estados nacionais que mais superaram as metas do 5º ano do EF, ambos com 2,9 pontos percentuais acima.
Mas, no 9º ano, fim do Fundamental e começo do Ensino Médio, a realidade não parece muito satisfatória: 85,5% dos estudantes cearenses estariam com baixo nível em matemática e 75,6% em língua portuguesa.
Capital
Em Fortaleza, o Todos pela Educação analisou as séries a partir das pontuações na Prova Brasil. Apesar do crescimento de 14,3 pontos percentuais entre os anos de 2007 e 2011, 68,7% dos alunos do 5° ano do EF apresentaram baixo rendimentos em Português (nota abaixo de 200 pontos) e 77,4% ficaram "reprovados" em matemática (abaixo de 225 pontos) na Prova Brasil.
Analisando o 9º ano do Ensino Médio em Fortaleza na rede pública, 77,7% dos alunos não obtiveram notas adequadas em Português, menor que 275 pontos e 90,2% "reprovaram", menor que 300 pontos percentuais.
Com relação à conclusão dos estudos, 36,4% não terminaram, em 2011, o EF com 16 anos e 44,2% o EM com até 19 anos.
Alguns municípios cearenses tiverem êxito. Os dois com melhores resultados são Mucambo e Jijoca de Jericoacoara. O primeiro destacou-se no 5º ano do EF. Mucambo, situado na região norte do Estado, teve 86,6% de bom desempenho em Matemática e 81,6% em Português. Jijoca de Jericoacoara destacou-se no 9º ano do Ensino Fundamental. Foram bem avaliados 55% dos alunos desse município na disciplina de Língua Portuguesa e 50,3% em Matemática.
IVNA GIRÃO
REPÓRTER
E a discrepância é maior quando se compara com a rede privada, por exemplo. Se os alunos da rede pública do Ensino Médio, do Ceará, estão com apenas 17% de conhecimento em línguas, no total, esse valor de aproveitamento cresce sete pontos percentuais, ficando em 24%. Em matemática, a diferença é de 18 pontos; 2,9% de aprendizagem na pública e 9% no estudo privado.
Para a professora de matemática da rede pública Nahiana Araújo, essa realidade se deve a um conjunto de fatores que vão desde o desestímulo dos alunos, falta de estrutura para dar aula, salas lotadas, ausência de merenda escolar, de ambiente adequado para tarefas em casa e escola.
"Nos já temos muitas dificuldades com alunos do Ensino Fundamental II porque eles vêm com uma deficiência gravíssima em matemática. Isso vai piorando até chegar no Médio. Muitos são os alunos que mal sabem somar, nem multiplicar, muito menos dividir. Isso gera deficiências severas. Mas, cada pequena vitória também é comemorada por todo mundo", detalha.
Se a escola ainda parece ruim, pior é ver que a universalização ainda não foi alcançada. No Ceará, 148.038 alunos ainda estão fora das salas de aula, um total de 6,7% da população cearense.
A meta era ter, para 2011, 94,8% de atendimentos; Ceará está devendo 1,5 ponto percentual. Essa exclusão só cresce, por exemplo, na faixa etária de 15 a 17 anos; 18,2 estariam, segundo o relatório, fora das escolas.
Analisando o Ensino Fundamental (EF), a pesquisa aponta um dado positivo: em Língua Portuguesa, por exemplo, Amazonas e Ceará foram destaque por serem os dois estados nacionais que mais superaram as metas do 5º ano do EF, ambos com 2,9 pontos percentuais acima.
Mas, no 9º ano, fim do Fundamental e começo do Ensino Médio, a realidade não parece muito satisfatória: 85,5% dos estudantes cearenses estariam com baixo nível em matemática e 75,6% em língua portuguesa.
Capital
Em Fortaleza, o Todos pela Educação analisou as séries a partir das pontuações na Prova Brasil. Apesar do crescimento de 14,3 pontos percentuais entre os anos de 2007 e 2011, 68,7% dos alunos do 5° ano do EF apresentaram baixo rendimentos em Português (nota abaixo de 200 pontos) e 77,4% ficaram "reprovados" em matemática (abaixo de 225 pontos) na Prova Brasil.
Analisando o 9º ano do Ensino Médio em Fortaleza na rede pública, 77,7% dos alunos não obtiveram notas adequadas em Português, menor que 275 pontos e 90,2% "reprovaram", menor que 300 pontos percentuais.
Com relação à conclusão dos estudos, 36,4% não terminaram, em 2011, o EF com 16 anos e 44,2% o EM com até 19 anos.
Alguns municípios cearenses tiverem êxito. Os dois com melhores resultados são Mucambo e Jijoca de Jericoacoara. O primeiro destacou-se no 5º ano do EF. Mucambo, situado na região norte do Estado, teve 86,6% de bom desempenho em Matemática e 81,6% em Português. Jijoca de Jericoacoara destacou-se no 9º ano do Ensino Fundamental. Foram bem avaliados 55% dos alunos desse município na disciplina de Língua Portuguesa e 50,3% em Matemática.
IVNA GIRÃO
REPÓRTER
Fonte: DN